Presidente e oposição assinam acordo para encerrar crise na Ucrânia
O presidente ucraniano, Viktor Yanukovitch, e membros da oposição assinaram nesta sexta-feira (21) um acordo para acabar com o banho de sangue na capital Kiev – mais de 70 pessoas morreram desde terça-feira.
Os principais pontos do pacto são a convocação de eleições até no máximo dezembro, a volta da Constituição de 2004 (que restringia os poderes do presidente) e uma reforma constitucional que garanta o equilíbrio entre os poderes. Além disso, será criado um governo de coalizão dentro de 10 dias, e o Estado não poderá declarar estado de emergência durante o processo.
Segundo o texto acordado, o governo e os manifestantes terão de abrir mão do uso da violência em protestos e na repressão dos mesmos. Os excessos cometidos pelos dois lados desde novembro serão investigados por uma comissão formada por governo, oposição e representantes da comunidade europeia.
O líder oposicionista Arseniy Yatsenyuk afirmou que o mandato do presidente será interrompido após as eleições e que os acampamentos de protesto na capital serão mantidos “até que todas as demandas sejam alcançadas”.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, comemorou em sua conta oficial no Twitter a assinatura. "Bem vindo o pacto; compromisso necessário, início de um indispensável diálogo democrático, saída pacífica para a crise". O órgão foi um dos fiadores do acordo.
O presidente da França, François Hollande, celebrou o acordo e defendeu que o mesmo entre em vigor "o mais rápido possível".
"Os dirigentes ucranianos devem agora assumir plenamente suas responsabilidades e respeitar os compromissos que tomaram", disse Hollande em um comunicado.
Grupo nacionalista rejeita acordo
Um dos principais grupos por trás dos protestos antigoverno na Ucrânia, o movimento nacionalista Setor Direita, anunciou hoje que rejeita o acordo proposto pelo presidente.
Dmytro Yarosh, um dos lideres do Setor Direita, afirmou que o pacto proposto por Yanukovitch é vago e não fala sobre sua renúncia nem sobre a dissolução do parlamento. "A revolução nacional continua", diz.
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